sexta-feira, 1 de maio de 2009

Saúde revela farra de remédios para emagrecer

A Superintendência de Vigilância Sanitária (Svisa) da Secretaria Estadual de Saúde detectou uma verdadeira farra na emissão de receitas de medicamentos para emagrecer em Goiás. Só um médico, que atua em Goiânia e não é especialista em endocrinologia, emitiu, em 2008, 15 mil receitas de medicamentos anorexígenos, número 25 vezes superior ao limite de 600 estipulado por resolução da Svisa que busca restringir essa prescrição descontrolada que coloca Goiás no topo do ranking dos que mais consomem drogas para emagrecer no Brasil.

No levantamento foram identificados 70 casos considerados mais graves, de médicos que assinaram mais de 3 mil receitas de remédios para emagrecer no ano passado. A relação foi enviada ao Ministério Público (MP) estadual, ao Conselho Regional de Medicina (CRM) e à Polícia Civil para investigação. A suspeita é de que haja uma associação criminosa entre médicos e farmácias para lucrar às custas da busca a qualquer preço do ideal de beleza.

“É impossível que um médico atenda 15 mil pacientes em um ano e, mais ainda, que todos precisem de anfetaminas”, avalia o presidente da regional goiana da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), Elias Hannah. Dos listados, ele calcula que mais de 90% não têm título de especialização em endocrinologia. A legislação permite que, mesmo não sendo especialista, qualquer médico pode prescrever esses medicamentos, que são de venda controlada, com retenção de receita numerada.

Os riscos que os anorexígenos já representam à saúde (veja quadro) são potencializados pelas associações – indevidas e proibidas por lei – com ansiolíticos (conhecidos popularmente como calmantes), antidepressivos e até laxantes e diuréticos, esses dois últimos sem comprovação científica de sua ação no emagrecimento. A ingestão dessas bombas, muitas vezes em dosagem acima dos limites também estabelecidos em lei, coloca a vida de pacientes em risco. Entre as complicações, estão falência renal e alterações cardiológicas.

A coordenadora de Medicamentos da Svisa, Ernestina Rocha, define a situação detectada como “muito grave”. “Estamos cercando por todos os lados, mas é difícil porque há problemas como fraudes e falsificações de receitas”, exemplifica.

Rigor 
O controle sobre o uso de receituário azul do tipo B2, exclusivo para a prescrição de três anorexígenos, ficou mais rigoroso em outubro do ano passado, quando a Secretaria Estadual da Saúde (SES) publicou a Resolução número 003/2008, que regulamenta os procedimentos de rotina que devem ser observados no momento da avaliação da liberação de sequência numérica para confecção de talonários.

No caso dos anorexígenos, a resolução fixa o número entre 100 e 600 receitas por ano. Ela abre a possibilidade de maior número, mas, para isso, o médico deve apresentar justificativas. “Os médicos têm de apresentar documentos justificando, mas muitos deles estão alegando que a medida cerceia seu direito de prescrever”, conta Ernestina Rocha. “Nossa função é controlar. Prefiro ser chamada ao Ministério Público porque não liberei receituários do que por ter liberado em excesso”, afirma.

O promotor de justiça Marcus Antônio Ferreira Alves, da área de defesa do Cidadão, que participou das discussões para elaboração da resolução estadual, diz que a posição do MP é clara. “Somos favoráveis à regulamentação”, afirma. “Caso o médico precise extrapolar o limite, deve justificar, o CRM (Conselho Regional de Medicina) deve ser ouvido e o caso enviado à Vigilância Sanitária, que pode autorizar a confecção de mais formulários de receita”, diz.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Adoçante faz engordar?

Se for comprovado um novo estudo, a ser publicado no próximo número da revista americana Obesity Research , a pergunta - por mais inacreditável que seja - vai se tornar um fato científico. Pelo menos em relação à frutose. A pesquisa da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, sugere que esse adoçante pode alterar o metabolismo humano aumentando a sua tendência a armazenar gordura. "A frutose é um adoçante encontrado naturalmente nas frutas, mas é largamente utilizado como adoçante em bebidas, sucos e cereal matinal", diz Fernanda D´Elia. Algumas bebidas diet (refrigerantes e sucos) contêm cerca de 55% de frutose.
Sempre que o corpo detecta os adoçantes em geral, ele se prepara para digerir carboidratos (por causa do sabor doce), mas 'falha'. "A resposta do organismo a isso é aumentar a absorção da glicose (açúcar) dos carboidratos ingeridos durante o dia: isso faz liberar mais insulina no sangue, o hormônio que 'aproveita' a glicose. E muita insulina aumenta a fome e faz parte do processo de fabricar depósitos de gordura no corpo", explica Valéria Goulart. Já o aspartame teve sua eficiência confirmada em programas de perda de peso. Quem consome alimentos e bebidas com esse adoçante emagrece mais, pois ele ajudaria a diminuir o apetite e, assim, a controlar a dieta.
Nas pontas dos dedos

- O primeiro adoçante artificial descoberto foi a sacarina, por um químico descuidado que deixou de lavar as mãos após uma sessão de trabalho no laboratório, em 1879. Ela foi produzida comercialmente a partir de 1900 na forma de sais de cálcio ou sódio. Proibida em 1912, voltou a ser liberada devido à falta de açúcar durante a Segunda Guerra Mundial. ? - O ciclamato foi o segundo. Surgiu em 1937 e lançado comercialmente em 1950. Um pesquisador, em busca de um novo remédio para baixar a febre, limpou os lábios com os dedos e sentiu neles um gosto doce. Era o ciclamato. ? O aspartame também se deve ao acaso. Em 1965, um químico do laboratório americano Searle, em busca de um novo remédio contra a úlcera, acabou encontrando-o.

Emagreça com o poderoso Chá Vermelho


Muito consumido na China, onde é conhecido como Pu-erh, o chá vermelho chegou ao Brasil há pouco tempo, mas já está sendo apontado como um grande aliado nas dietas de emagrecimento e com um efeito poderoso para eliminar os radicais livres, evitando, assim, o desgaste celular, o que pode prevenir as doenças degenerativas. “Esse tipo de bebida acelera o metabolismo do fígado, é depurativo, desintoxicante e ainda facilita a digestão”, afirma Daniela Jobst, especialista em Nutrição Clínica Funcional. No quesito “afinar a silhueta”, há ainda mais dois componentes importantíssimos para ganhar a briga com a balança: combate o inchaço e diminui a fome. Mas não é só isso, “tomar esse chá regularmente assegura uma sensação de bem-estar e ajuda a combater a depressão”, explica a nutricionista. Estudos publicados pelo Asian Pacific Journal of Cancer Prevention comprovam cientificamente a sua eficácia antioxidante na prevenção de vários tipos de câncer. E o mais gratificante: o chá vermelho não tem aquele gosto amargo do chá-verde.


4 SABORES EM 1 PLANTA

As folhas da Camellia sinensis dão origem a quatro tipos de chá: o branco, o verde, o oolong e o vermelho. O primeiro tem um gosto adocicado, o segundo e o terceiro são amargos, e o último tem sabor forte, mas sem amargor. Isso acontece porque as folhas colhidas para o chá sofrem processos diferentes. “As folhas do chá vermelho são fermentadas por um tempo. O branco é feito com as folhas jovens e era considerado o mais sofisticado e caro na China. Para o verde, são colhidas as folhas completamente desenvolvidas e sem nenhum tratamento adicional. A principal diferença entre o chá vermelho e o chá-verde é que o primeiro possui mais cafeína e, por isso, é mais estimulante”, explica Alex Botsaris, clínico geral, diretor do Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais.

Como curiosidade, o vermelho, utilizado na cerimônia do chá chinesa, também “é conhecido como chá-preto. Na fermentação, suas folhas são prensadas em vários formatos, bolinhas, quadradinhos, que se dissolvem em contato com a água quente”, diz Carla Saueressig, proprietária da A Loja do Chá.

Tire o melhor proveito

É recomendado pelos especialistas tomar no mínimo quatro xícaras por dia. Mas como é um chá forte e estimulante, já que contém cafeína, é preciso evitar o consumo da bebida à noite, porque pode causar interferência no sono. Também não é todo mundo que se rende ao seu sabor e propriedades. Segundo a nutricionista Daniela Jobst, “essa bebida é contra-indicada para pessoas com gastrite, anemias, arritmia cardíaca e gestantes”.

O QUE VOCÊ VAI ENCONTRAR

O chá vermelho é rico em componentes essenciais, como polifenóis, catequinas, teofilina, teobromina, vitamina C, vitamina B, cafeína e taninos.